sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Prata

Navegando sobre um mar de prata, os dias têm passado ao ritmo de mais um cerco que se fecha. O compasso da rotina é marcado pela cavala, uns dias mais, outros dias menos, mas assegurando capturas que vão dando ânimo, sempre para mais uma viagem. Hoje, os 150 cabazes de carapau vieram refrescar um pouco os tórridos e agradecidos lances de cavala. Amanhã é sábado. Esperemos que a pesca compense e que toda a companha, no Mar e em terra, tenha o seu descanso merecido.

Aproada ao destino

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cores

Trinta e cinco toneladas de cavala. Azáfama de homens e máquinas. Caixas e cabazes. Escamas até aos cotovelos. Gelo e água salgada. Sorrisos e braços no ar. Camiões e empilhadores. Gotas de suor nas fontes. A espera terminou. A Luís Adrião voltou ao Mar e o seu regresso trouxe todas estas cores à aguarela do Porto de Sesimbra. Para trás ficaram não só os 15 dias de paragem forçada, mas também alguns azares no início da semana. Na quarta-feira, um enorme cardume de cavala – qualquer coisa como 60 toneladas – ficou cercado e… a rede não aguentou! Em instantes, o peixe fugiu ao destino que parecia certo. Ficámos sem a cavala e com a rede danificada. Com a ajuda e a solidariedade dos camaradas de outras traineiras, conseguimos remendar tudo a tempo. O regresso à faina era há muito desejado.
Regresso

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Contra-relógio

Numa autêntica corrida contra o tempo, os mecânicos trabalharam durante o fim-de-semana e vão continuar ao longo deste dia. Incansáveis e pacientes, com as suas mãos de dedos grossos enegrecidos do óleo, procuram montar as peças do motor no seu devido lugar, manuseando as mais diversas ferramentas com mestria e agilidade únicas. São centenas de parafusos, uns maiores, outros menores, que agora voltam à sua função, apertados ao décimo de milímetro, respirando o contentamento do regresso a casa. A Luís Adrião já desceu do estaleiro e a rede está embarcada, devidamente preparada para a faina. A companha também preparada está. O pessoal de terra vai reparando um ou outro buraco na rede, dedilhando malhas, de agulha em riste. Todos juntos preparam o tão ansiado regresso ao Mar. A espera está a chegar ao fim.

Quase

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ouço o Mar

Vamos na segunda semana de paragem forçada. Algumas peças já chegaram, outras ainda não. Os dias esguios de Novembro escapam entre os dedos. Esperamos. Vou à janela e ouço o Mar. Esperamos. Vou ao café e ouço o Mar. Esperamos. Vou dar um passeio e ouço o Mar. Esperamos. É ele, o Mar, em assalto permanente, sempre a fustigar os sentidos, a memória e a vida. Saudade. Há aqui algo que não se consegue explicar. Sente-se. O apelo e o aliciamento são constantes. Há saudade de sair do porto rumo ao imprevisto, da maresia misturada com aromas da terra e da serra, das vozes entre camaradas, das alegrias e das tristezas partilhadas numa ilha de madeira, dos sorrisos e das gargalhadas, da azáfama na hora da chegada ao cais. E do peixe, sempre o peixe, do som dos rabos a bater, das escamas a saltar, daquele perfume de frescura, da satisfação e do agradecimento por mais uma dádiva da Natureza. Esperamos.

Saudade

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Azar

A Luís Adrião está doente. Muito doente. A máquina que lhe dá vida e lança as suas cores garridas pelos mares revela sintomas graves. Ainda esta semana, a traineira terá de voltar ao encalhe, em terra firme, a fim de ser retirado o motor. A reparação só pode ser realizada na fábrica. Não há nada que se possa fazer. Não se sabe quanto tempo vai demorar. Esperemos que seja breve e que regresse ao Mar quanto antes. Até lá, temos de ir governando a nossa vida como podemos. Como hoje me confidenciou um respeitado Lobo do Mar, “o pão de véspera nunca fez mal a ninguém”. Acredito que tudo se resolverá e que melhores dias virão. Fica a promessa de continuar a dar notícias e a contar as histórias e as estórias da mui nobre Luís Adrião quando regressar ao Mar.

Encalhe

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pena solta

Em dia de temporal regresso à pena. A traineira não vai sair. O vento e a vaga não o permitem. A incerteza deste ofício ganha novos contornos, desenhados pela agrura do Inverno. A esperança em melhores dias passa pela previsão meteorológica. Até as águas ficarem calmas, não se ganha. Resta-nos esperar e contar com o ombro amigo da paciência, amarrados a terra, como o barco à amarra. Agarrado a esta pena, a memória transporta-me até outras penas, deixadas por visitantes dos ares em tempos de faina. De acordo com alguns Mestres do antigamente, ver uma pena em cima da rede era sinal de mau agoiro. Nunca me explicaram. Segredo solene. Não sei por que motivo. Não sei qual a razão. Mas sei que quem não a removesse das malhas do sustento arriscava-se a uma dura reprimenda. Essa superstição ainda hoje persiste. Volta e meia, a conversa das penas vem a tona. Hoje não as conseguimos ver. O temporal não deixa.
Memória

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Imaginem

Hoje deixei o meu pensamento fluir, sem amarras nem grilhetas. Enquanto reparava na pele que me caía das mãos, dei por mim a sonhar acordado. Imaginem um país voltado para o Mar, em chamada crise, mas em que ao cais de um porto de pesca chegam toneladas e toneladas de peixe. Pela metade, esse peixe regressa ao Mar, morto, sem utilidade. Não há quem compre – apesar da pechincha por quilo -, não há quem tenha capacidade para o escoar para os recantos da pobreza encapotada desse mesmo país e até para fora de portas. Reflicto. Nesse mesmo país, assisti ao corridinho de quem reclamava um pacote de massa a uma instituição, mas que toma o pequeno-almoço fora, tem 500 euros de ouro no corpo, tatuagens da moda e unhas de gel a preceito, sem falar no DVD, na consola e na TV por cabo. Esse é o tal país em que se apontam facas a “ele”, um senhor lá para cima que se chama Estado, mas que somos eu e tu, nós e vós. Lembrei-me que, talvez, há uns bons anos, esse país não existisse no imaginário dos inocentes e dos permeáveis, mas apenas no dos realistas e dos pessimistas, para o bem e para o mal. Amanhã é outro dia. Qualquer semelhança com a realidade terá sido mera coincidência.

Abundância

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Semana em terra

O material tem sempre razão. Depois de oito meses na faina, com o consequente desgaste acumulado, a Luís Adrião esteve uma semana em reparação. Tratamento e pintura das madeiras, manutenção de maquinaria e as devidas atenções à rede, a denominada “arte”, como costumamos chamar. Ontem, ainda em terra, a labuta arrancou com o sol, por volta das sete e meia. Terminou hoje às 15 horas, sob os impiedosos 30 Cº deste Outubro. Sem recorrer ao Pi, é tudo uma questão de fazer as contas das horas de trabalho. Após a descida do estaleiro, seguiu-se o embarque da rede. Acto contínuo, soltou as amarras e rumou a Norte do Cabo Espichel. A primeira pesca traduziu-se em 30 toneladas de cavala. Ao final da manhã, quando o estômago já pensava no almoço, a chegada da traineira trouxe consigo 12 toneladas de sardinha, vendida para conserva. Hoje, o Mar voltou a ser generoso. Não poderíamos desejar melhor regresso à faina.
Reparação

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

E houve luz

Dias a fio passaram. Andámos a pescar cavala. Num dia apenas capturámos 60 toneladas, logo com guia de marcha para o Mediterrâneo, para satisfazer os famintos atuns de viveiro em período de engorda. Hoje, finalmente, encontrámos sardinha, grande, boa, fresca, da nossa costa. Fomos quase até Sines, numa distância perto das 20 milhas, dos 40 quilómetros, perto do sustento. Em lota, o leilão começou a 96 cêntimos e terminou a 50 cêntimos por quilo… Após quase 12 horas de trabalho, este é o resultado, quando chegámos orgulhosamente ao Porto de Sesimbra. Havia suor e cansaço, atenuados com um sorriso e uma piada entre camaradas. Para nós, foi uma faina relativamente melhor, quando comparando com os 20 cêntimos por quilo, o preço da cavala. Vimos um pouco mais de luz, em forma de cêntimos. Mais logo, lá estaremos outra vez, com a nossa força, determinação e um emaranhado de crença e fé.
Lá ao fundo

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Descanso no regresso

Manhã. O sol já vai alto. Perco o olhar sobre a costa. Há uma tranquilidade arrebatadora, enquanto a traineira navega no regresso a Sesimbra. A vista consegue alcançar banhistas no areal. O parque de campismo do Meco reluz no encontro com a energia do novo dia. A bordo, apenas se ouve o motor a debitar milhas. Uma atrás da outra. O Mestre descansa, após uma noite de olhos postos na sonda e no sonar, em busca de tons vermelhos, fortes e vastos, traduzidos em peixe. Repousa com o sentido do dever cumprido. O Contra-Mestre toma o leme. Lá em baixo, a tripulação - a companha, como chamamos por estas paragens -, descalça as botas de trabalho. Uns aconchegam o estômago, outros adormecem assim que o corpo cai no beliche. Há imagens do Nosso Senhor Jesus da Chagas – Padroeiro dos Pescadores de Sesimbra – nesta e naquela cabeceira. Noutras, cachecóis do Benfica, em permanente luta para sobressair do azul que domina a Luís Adrião. No convés, apenas capas ao vento, deixando para trás as escamas da última faina.
Capas ao vento

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Destinos inversos

Entre o canto das ondas, as outras ondas, as de rádio, vão fazendo companhia. É hora de regresso a casa. Sabemos que a 2.ª Circular está congestionada junto ao Colombo, que o IC 19 continua fiel à sua fama e que a Ponte 25 de Abril, no final do dia, torna-se um obstáculo e não uma passagem para a outra margem. No mar, deslizamos, sem engarrafamentos nem buzinões. A nossa casa ficou para trás. A sonda vai-nos mostrando que é uma questão de tempo até as redes serem lançadas ao seu destino. O sol ajeita a almofada para o descanso merecido, enquanto nos preparamos para a labuta. Mais uma volta e a traineira inicia o cerco. O cardume promete. Aceitamos o cabo e ouvimos as vozes de comando entre camaradas a bordo. Roncos da maquinaria completam a atmosfera. O alador roda e um duche salgado tolhe rostos e mãos.

Questão de tempo

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Proa ao vento

Estou na enviada. Somos dois. Seguimos para Norte, na esteira da traineira. Há poucas palavras, sinónimo de início da semana. A expectativa é maior. A incerteza é a mesma. Cruzamos o Morro e o vento nasce da rocha calcária, tirando o pó à madeira. Cunhos reluzem ao sol. Cordas e tralhas ganham outras tonalidades, numa celebração tornada comunhão com o sal que lhes bafeja. Na Pedra de Arcanzil, uma pequena furna espirra espuma ao passar da ondulação. Agora, o sinal é evidente: cruzar o Cabo Espichel não será fácil. Mas avançamos. Aproados ao vento e à ondulação, conseguimos passar o Cabo para Norte. Na cova da vaga deixamos de ver a traineira, para depois voltar a aparecer, lá em cima, sobre um manto branco acossado pelo vento. Passamos o Meco, a Lagoa de Albufeira, a Fonte da Telha e a Costa de Caparica. Aventuramo-nos na Barra de Lisboa. Não há peixe, nem uma escama. O Mestre manda mudar de rumo para Sul, até à Costa da Galé. Serão quatro horas de caminho em busca de melhor sorte.
Acossado

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Bom sinal

Quando o azul do céu se funde com o azul do mar, há uma presença que se destaca no horizonte. São as gaivotas que chegam curiosas, mas sempre certas daquilo que procuram. Por isso, o seu aproximar já é para nós um bom sinal. À medida que mais chegam, aumenta a nossa esperança num bom lance. A rede desce às profundezas e logo se aproximam rapidamente. Ao mínimo sinal de peixe, começa a cantoria e mais, muitas mais, se juntam ao repasto. Centenas rodeiam a rede e dão o mote da música ambiente para mais uma faina. Depois, sem vergonha e com o peito feito de confiança, tiram uma cavala aqui e uma sardinha ali. Vêm de todas as direcções e não há meios humanos para controlar o saque destas aves afoitas. De papo cheio, afastam-se, mas com a promessa de regresso, nem que seja para saudar aqueles que também partilham o mar consigo.

Pássaros de fogo

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ao milímetro

Em tempos idos, o Mestre gritava “à feição” para anunciar aos camaradas a ordem de largada da rede. A expressão era passada de boca em boca até toda a companha estar preparada. Hoje, o simples toque num botão é suficiente para pôr a traineira num bulício. Quando a buzina toca, todos deixam o que estão a fazer para ocupar os seus postos. Ficam descansos suspensos, conversas por acabar e telenovelas a meio. Enquanto a traineira prepara o melhor local para iniciar o cerco, aos olhos comuns, parece estarmos perante uma tremenda confusão. No entanto, todos sabem exactamente onde estar, não há encontrões nem atrapalhações. Quando a rede começa a sair pela popa da traineira, há concentração e trocam-se expectativas sobre mais uma faina. Contempla-se o mar, o céu, a terra ou, simplesmente, aguarda-se com tranquilidade o final do cerco. No convés está tudo preparado ao milímetro. Cabe aos homens e ao destino fazerem o resto.

Aprumado

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Na escuridão

Final de tarde. A proa está apontada a Sul e navegamos tranquilos num mar de Verão. A melodia das ondas à nossa passagem embala-nos até ao local de pesca. Duas horas depois, lançamos as redes ao mar e o primeiro lance rende cavala, carregada no barco de apoio, mais conhecido por enviada. No entanto, uma brisa fresca no rosto salgado desperta para a mudança de tempo. De olhos no mar, há vozes que anunciam a chegada de nevoeiro. Arriscamos e fazemos mais um lance. O cerco a fechar sobre o peixe e a névoa a fechar sobre nós. Chega a noite e acendem-se os primeiros projectores do mastro. Com eles, sombras gigantes ganham forma sobre o nevoeiro denso. A visão parece alcançar apenas recortes de preto e branco. Neste jogo de xadrez, sob a noite e a névoa, conseguimos fazer xeque-mate ao peixe. Mais cavala. O regresso, esse, na total escuridão. Nem uma estrela, nem um ponto que nos pudesse orientar à vista desarmada. Os aparelhos de navegação deram a ajuda necessária. Na chegada à baía fomos recebidos por sinais sonoros graves e robustos. Era uma corveta da Marinha Portuguesa ali fundeada. Sesimbra estava mergulhada na penumbra. Só depois da entrada no porto vimos luzes, as do cais, as de terra. Prosseguimos a labuta. Era hora de descarregar o pescado.

Cinzento

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Novos fragmentos

Segunda-feira será publicado o 100.º fragmento salgado de A Vida na Traineira. Com ele chegam também algumas palavras, através das quais vou procurar colorir um pouco mais esta tela, já de si tão colorida. É minha intenção partilhar neste espaço alguns dos momentos vividos neste nobre ofício, a bordo da traineira Luís Adrião, que todos os dias se faz à faina nos mares de Sesimbra. A arte da pesca do cerco, tal como o nome indica, consiste em cercar o cardume com uma rede, munida de chumbo na parte inferior e de flutuadores na parte superior. Apertado o cerco, resta uma bolsa onde o peixe fica retido, sendo depois retirado para bordo. O que chamamos lance é o resultado da pesca. Sardinha, carapau e cavala fazem parte das espécies mais capturadas, para além de outras surpresas, que, de vez em quando, o Mar nos faz questão de brindar. Com orgulho, esta é a minha humilde homenagem ao ancestral ofício da traineira e a todos os homens que a ele se dedicam, em especial, os meus camaradas de companha, a tripulação da Luís Adrião. Mais que a vida na traineira, esta é a vida que me escolheu.

Cabo Espichel

(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)


quinta-feira, 28 de julho de 2011

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sexta-feira, 10 de junho de 2011