Do alto da grua, o gancho comove-se. Cerra os olhos e abraça os últimos raios de sol. No pensamento, a dúvida de quando poderá soltar forças e resgatar o peixe para bordo. Nas águas procura respostas. No mar, levantado à passagem da traineira, lança as suas expectativas. O tempo passa e o dia solta o último fôlego, procurando contrariar o destino inadiável. E ali continua ele, o gancho, com uma panorâmica de tribuna, à espera. A traineira avança, mas o gancho, descansado, nunca descansa. Não desespera, aguenta, paciente. Já a noite tinha caído, quando ele, o gancho, teve resposta a todas as suas interrogações.
Gancho
(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)
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