Quando o azul do céu se funde com o azul do mar, há uma presença que se destaca no horizonte. São as gaivotas que chegam curiosas, mas sempre certas daquilo que procuram. Por isso, o seu aproximar já é para nós um bom sinal. À medida que mais chegam, aumenta a nossa esperança num bom lance. A rede desce às profundezas e logo se aproximam rapidamente. Ao mínimo sinal de peixe, começa a cantoria e mais, muitas mais, se juntam ao repasto. Centenas rodeiam a rede e dão o mote da música ambiente para mais uma faina. Depois, sem vergonha e com o peito feito de confiança, tiram uma cavala aqui e uma sardinha ali. Vêm de todas as direcções e não há meios humanos para controlar o saque destas aves afoitas. De papo cheio, afastam-se, mas com a promessa de regresso, nem que seja para saudar aqueles que também partilham o mar consigo.
Pássaros de fogo
(Text & Photo - Luís Pinto Carvalho - All Rights Reserved)
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